Atualmente, cerca de 12% da população brasileira enfrenta problemas com o consumo excessivo de álcool. Diversos fatores podem direcionar alguém a um quadro de alcoolismo, desde depressão e a necessidade de fuga da realidade, até uma predisposição genética, de acordo com alguns estudos.
O alcoolismo, apesar de não ter cura, pode ser tratado. No entanto, algumas barreiras, como a vergonha e a sensação de impotência, podem fazer com que a pessoa afetada não consiga buscar ajuda. Muito além dos impactos no corpo e na saúde, o alcoolismo pode comprometer a instabilidade emocional, impactar na carreira e nas relações interpessoais, reduzir a autoestima, entre outros.
Por isso, separamos algumas dicas de como você pode ajudar alguém que está enfrentando problemas com o alcoolismo.
Não tente forçar um tratamento
Para que o tratamento tenha eficácia, o mais importante é que o alcoólatra esteja disposto a receber ajuda. Forçar a pessoa a um internamento, por exemplo, pode apenas gerar desgaste na relação e não trazer qualquer benefício a longo prazo.
Em um primeiro momento, você deve oferecer ajuda e concentrar suas energias em um diálogo sincero e aberto. Não tente pressionar ou controlar a pessoa em uma primeira conversa, pois ela tenderá a sentir desconfortável e até envergonhada, evitando a sua ajuda no futuro.
Ele deve se responsabilizar pelos próprios atos
É necessário que o alcoólatra entenda as consequências de seus excessos. De acordo com a Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo, uma das estratégias mais eficazes é colocar o alcoólatra frente a frente com a realidade, da forma como ela se apresenta – e não da forma como o adicto a percebe.
É claro que você deve impedir qualquer ato que possa colocar em risco a integridade física do alcoólatra e de pessoas ao seu redor, porém, ocultar os resultados de suas ações só fará com que ele permaneça por mais tempo em estado de negação. Esconder os problemas trazidos pelo álcool é o pior caminho.
Ao mesmo tempo, não tente “jogar na cara” os problemas causados. Essa percepção deve ocorrer de forma natural. Pela própria adição, o alcoólatra já tende a contar com uma autoestima abalada e se sentir inferiorizado. Tudo o que ele menos precisa neste momento é de alguém apontando e julgando seus próprios erros, isso apenas poderá agravar quadros de depressão.
Peça ajuda
O acompanhamento de um psicólogo é essencial, não só para o paciente, mas, também, para a família e amigos que sofrem as consequências deste consumo excessivo.
Além de buscar a ajuda de um profissional, é muito importante criar uma rede de confiança. Quanto maior o número de pessoas próximas envolvidas e cientes do problema, maiores são as chances de bons resultados. Além de evitarem oferecer álcool ou consumirem bebidas próximos ao alcoólatra, é muito importante que amigos e familiares estejam dispostos a ajudar, conversar e fazer com que ele perceba a necessidade de tratamento.
Mas é importante lembrar: essas conversas não devem ter tons de julgamento e críticas. Seja discreto ao pedir ajuda a pessoas de confiança, para que o alcoólatra não sinta sua intimidade invadida.
Cuide de si mesmo
Os efeitos do alcoolismo podem ser devastadores na vida de familiares próximos. Por isso, preze sempre pela sua saúde mental. Entenda até que ponto você pode/deve se envolver, sem deixar que as situações causadas pelo consumo excessivo de álcool dominem a sua vida e rotina.
Você precisa estar bem para poder ajudar a pessoa que ama. Procure a ajuda de um psicólogo, que poderá lhe orientar sobre como conduzir situações mais extremas.
Apoie o tratamento
Quando chegar o momento do tratamento, família e amigos devem prestar todo o apoio, acompanhar em reuniões e incentivar a pessoa em sua jornada. Isso inclui evitar eventos sociais que envolvam bebidas e deixar de consumir álcool perto da pessoa em tratamento.
Se você conhece alguém passando por isso, compartilhe este conteúdo e busque ajuda.
Associações como os Alcoólicos Anônimos contam com grupos de apoio espalhados por todo o país, de forma totalmente aberta e gratuita.